terça-feira, 31 de maio de 2016

Jean-Baptiste Debret


Jean-Baptiste Debret foi um grande desenhista, pintor, gravador e professor francês. O artista nasceu em 18 de abril de 1768 em paris e em 1816 integrou, juntamente com outros membros, a Missão Artística Francesa ao Brasil, organizada a mando do rei Dom João VI. Seu trabalho foi essencial para retratar o cotidiano do Brasil colonial, além de catalogar, por meio de registros de desenhos, a fauna e flora brasileira. Debret também desenhou a bandeira do Brasil composta pelo retângulo verde e o losango amarelo.
A convocação de artista para o Brasil deu-se em função de que naquela época o país estava em formação e precisava de pessoas que ensinassem arte. Outro objetivo foi fundar a Academia Imperial de Belas Artes no Brasil, a qual Debret atuou como professor. Em 1829 montou uma exposição com os trabalhos dos alunos, foi a primeira exposição de artes do Brasil. Durante os 15 anos que permaneceu no Brasil, Debret pesquisou muito acerca do país e de volta a França organizou o primeiro volume de sua obra ilustrada Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Nela, Debret apresentou diversas pinturas sobre particularidades do povo brasileiro, paisagens e arquitetura do Brasil. Nos anos de 1834, 1835 e 1839 ele publicou os três volumes de sua obra. A obra evidencia a importância de sua estadia no Brasil, deixando para as gerações futuras um registro palpável do Brasil colonial.Jean-Baptiste Debret era filho de um funcionário público que se interessava e pesquisava história natural. Estudou na Escola de Belas Artes de Paris e recebeu grande influência de seu primo, também artista, Jacques-Louis David, tornando-se o pintor oficial do império. Debret chegou ao Brasil em março de 1816 e permaneceu em terras brasileiras até 1831.
Além de registrar o cotidiano do povo e o processo de independência do Brasil, Debret retratou personalidades da corte portuguesa como Dom João e Dom Pedro I. Para sua obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, o artista procurou registrar com detalhes os costumes e a cultura do povo, incluindo o cotidiano de índios e suas relações com o homem branco, além da mão de obra escrava. Em diversos desenhos deixou registrado o contexto de famílias na sociedade patriarcal e os diferentes abusos sofridos por escravos no século XIX. Debret sempre procurou captar com o máximo de detalhes e impacto as cenas. Além disso, retratou com fidelidade as mais variadas espécies da fauna e da flora brasileira.
Debret deixou o Brasil em 1831 alegando problemas de saúde, morreu em 28 de Junho de 1848.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Organização criminosa jamais teria operado sem Lula, afirma Janot

Em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribuiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava Jato". Segundo Janot, "embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes".
As afirmações de Janot sobre Lula se basearam nos relatos de delatores e nos grampos da Operação Aletheia, deflagrada em 4 de março, quando o ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para depor.
"Os diálogos interceptados com autorização judicial não deixam dúvidas de que, embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne as articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava ]ato, a sua nomeação ao primeiro escalão, a articulação do PT com o PMDB, o que perpassa o próprio relacionamento mantido entre os membros destes partidos no concerto do funcionamento da organização criminosa ora investigada", crava Janot.
"Com isso, quer-se dizer que, pelo panorama dos elementos probatórios colhidos até aqui e descritos ao longo dessa manifestação, essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse. Nesse sentido, foram os diversos relatos dos colaboradores e os próprios diálogos interceptados."

Além de Lula e dos ministros, são citados os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delcídio Amaral (ex-PT-MS), e os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Eduardo da Fonte (PP-PE), Aguinaldo Ribeiro, André Moura, Arnaldo Faria de Sá, Altineu Cortês e Manoel Junior, além do ex-ministro Henrique Eduardo Alves, o assessor da Presidência, Giles de Azevedo, a ex-ministra Erenice Guerra, o ex-ministro Antonio Palocci, o pecuarista José Carlos Bumlai, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o banqueiro André Esteves, o ex-ministro Silas Rondeau, o empresário Milton Lyra, o lobista Jorge Luz, o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, o doleiro Lucio Bolonha Funaro, Alexandre Santos, Carlos Willian, João Magalhães, Nelson Bornier e a ex-deputada Solange Almeida, aliada de Eduardo Cunha.
O inquérito conta atualmente com 39 investigados, entre parlamentares e operadores do esquema de corrupção da Petrobras. Caso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, aceite o pedido de Janot, o inquérito passará a ter 69 investigados.

Defesa de Lula

A defesa de Paulo Okamotto, representada pelo criminalista Fernando Augusto Fernandes, sócio do Fernando Fernandes Advogados, afirma: "Ainda não tivemos acesso à integralidade do pedido do procurador-geral para verificar a legalidade. Quanto a seus fundamentos, o Supremo deverá impedir investigações sem justa causa e fora dos contornos legais. No entanto, respeitados o juiz natural e a Constituição, não se receia qualquer investigação."
Já o deputado Eduardo Cunha afirma: "O procurador-geral da República, desde a votação do processo de impeachment, tem procurado me incluir em qualquer inquérito existente. A ação persecutória não vai deixar escapar nem multa de trânsito. O instituto legal do inquérito está sendo desmoralizado pelo uso das prerrogativas da função numa perseguição sem limites contra mim".