quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Artista faz grafite de moradores em comunidade violenta de Teresina -ARTES


Há dois anos artista começou a transforma muros de casas em telas.
Objetivo é fazer com que a comunidade tenha orgulho do local onde vive.


José Nilson, mais conhecido como Jamaica (Foto: Ellyo Teixeira/G1)José Nilson, mais conhecido como Jamaica (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Opressão policial, carência de políticas públicas e o convívio com o tráfico de drogas. Esses são alguns dos problemas enfrentados por moradores da Vila Jerusalém, na Zona Sul de Teresina. Apesar disso tudo, para o grafiteiro Washington Gabriel, a comunidade tem uma história rica e as pessoas devem se orgulhar do local onde vivem. Para ajudar as pessoas a se "empoderar" desse sentimento, o artista desenvolve um projeto que pinta o rosto de moradores nas paredes cruas das casas.
Grafiteiro Washington Gabriel, criador do projeto (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Grafiteiro Washington Gabriel, criador do projeto
(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Tudo teve início há cerca de dois anos, quando o artista começou a transformar os muros da Vila em telas de pintura, com a intenção de "transformar" a comunidade em uma galeria de arte a céu aberto. Em meio a esse trabalho, há um mês surgiu a ideia de pintar o rosto dos moradores da Vila Jerusalém.

“Decidi grafitar aqueles moradores que têm uma história legal dentro da vila. Pude perceber que eles se veem e avaliam a própria importância que cada um tem. Isso tem transformado a vida deles, dando mais alegria e deixando a comunidade com a própria cara”, disse Washington Gabriel.

O projeto prevê a pintura de 10 imagens de pessoas conhecidas da comunidade e até o momento dois trabalhos foram concluídos. O palhaço Bruno Leônidas Marinho, de 37 anos, que nasceu e se criou na Vila Jerusalém, disse ter ficado surpreso quando viu sua imagem em um dos muros.

“Sou dependente químico e foi através da imagem que pude perceber o valor que tenho. Fiquei muito emocionado quando vi a pintura e já pensei em largar as drogas e superar o vício no crack. Todos os dias eu vou até o local onde está pintado o meu rosto e, por meia hora, fico refletindo e me olhando, como se estivesse olhando para um espelho. Nesse momento passa muitas coisas pela minha cabeça e isso tem me ajudado a viver um dia por vez”, relatou.
Imagem do palhaço Bruno Leônidas Marinho, de 37 anos (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Imagem do palhaço Bruno Leônidas Marinho, de 37 anos (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

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