Artes- arte e terapia
Âmbito da Arte-Terapia do ponto de vista da SPAT
Definição
A Arte-Terapia distingue-se como método de tratamento para o desenvolvimento pessoal, integrando no contexto psicoterapeutico mediadores artísticos. Tal origina uma relação terapêutica particular, assente na interacção entre o sujeito (criador), o objecto de arte (criação) e o terapeuta (receptor).
O recurso à imaginação, ao simbolismo e a metáforas enriquece e incrementa o processo.
As características referidas facilitam a comunicação, o ensaio de relações objectais e reorganização dos objectos internos, a expressão emocional significativa, o aprofundar do conhecimento interno, libertando a capacidade de pensar e a criatividade. (Ruy de Carvalho, 2001)
O recurso à imaginação, ao simbolismo e a metáforas enriquece e incrementa o processo.
As características referidas facilitam a comunicação, o ensaio de relações objectais e reorganização dos objectos internos, a expressão emocional significativa, o aprofundar do conhecimento interno, libertando a capacidade de pensar e a criatividade. (Ruy de Carvalho, 2001)
Crescimento pessoal e expressão criativa
A musicalidade interna, a capacidade de se mover, de dançar, de pintar, de modelar e outros actos criativos, são comuns a todos nós. A criatividade é universal pertencendo ao fenómeno humano e não só a alguns seres talentosos.
Fundamentos teóricos e técnicos
De um ponto de vista lato poder-se-á falar de Artes-Terapias, sendo estas intervenções psicoterapeuticas que recorrem aos mediadores: Pintura, Desenho, Modelagem, Escultura, Colagens, Drama e Jogos Dramáticos, Marionetas, Jogo de Areia, Expressão Corporal, Música, Canto, Poesia, Escrita Livre Criativa e Contos.
O entendimento do fenómeno psicológico em Arte-Terapia deverá ter em conta as perspectivas afectiva-relacional, existencial e cognitiva.
O entendimento do fenómeno psicológico em Arte-Terapia deverá ter em conta as perspectivas afectiva-relacional, existencial e cognitiva.
A expressão artística é central nesta psicoterapia. Através do objecto de criação temos acesso a informação e registo sobre o que é, acerca de quê e para quê, como e porquê, sentimentos no momento e após, benefícios para o próprio e para os outros, etc. Assim o objecto de arte tem uma função cognitiva, fornecendo ao sujeito informações sobre si próprio e ao Arte-Terapeuta um registo do processo.
No entanto o objecto de arte não interessa tanto pelo seu valor informativo, ou mesmo estético, mas sim pelo seu valor como mediador da expressão, como veículo de elaboração e como ensaio do processo criativo. O contexto do processo Arte-terapeutico não é usado para análise. O foco desta situar-se-á na relação terapêutica.
É adoptada em Arte-Terapia uma visão holística considerando que o todo é maior que a soma das partes.
Na Arte-Terapia o papel do processo criativo na mudança é central, pretende-se fomentar nos clientes o uso da criatividade, como meio de entendimento do próprio e dos outros e na resolução da problemática existencial.
A função do imaginário é fundamental em Arte-Terapia:
a) Para aceder a pensamentos, sentimentos, memórias, aspectos da personalidade e do self, alguns dos quais sem representação mental consciente e carecendo se serem integrados;
b) Para uma mais intensa e profunda compreensão do sentimento ou situação;
c) Para desenvolver a capacidade de ver e agir através de opções criativas, evitando o recurso a uma cognição prematura e limitada.
a) Para aceder a pensamentos, sentimentos, memórias, aspectos da personalidade e do self, alguns dos quais sem representação mental consciente e carecendo se serem integrados;
b) Para uma mais intensa e profunda compreensão do sentimento ou situação;
c) Para desenvolver a capacidade de ver e agir através de opções criativas, evitando o recurso a uma cognição prematura e limitada.
A experiência artística pode intensificar a expressão de vivências, bem como incrementar a consciencialização do sensorial e do equilíbrio estético. No contexto da Arte-Terapia, a facilitação de tal tomada de consciência pode ser importante para promover a riqueza, a vitalidade e a qualidade de vida. A expressão mediada possibilita também a mobilização de pulsões reprimidas, facilitando assim uma vida psicológica mais livre. Imagens de transformação e mudança, representadas nas criações artísticas, dão expressão à função reparadora, no decurso do processo terapêutico.
MODELO POLIMÓRFICO DE ARTE-TERAPIA
(Ruy de Carvalho, 2001)
Foi por nós desenvolvida uma perspectiva polimórfica ou Modelo Polimórfico de Arte-Terapia. Este modelo compreende quatro modos de intervenção:
1. Arte-Terapia Temática
É uma abordagem semi-directiva ou directiva, em que o Arte-terapeuta estabelece um plano de trabalho a desenvolver em comunidades terapêuticas, centros de Reabilitação e Escolas, entre outros.
2. Arte-Terapia Vivencial
Neste tipo de intervenção privilegia-se a Expressão Criativa pelas Artes, facilitando-se a descoberta interior através do imaginário e o desenvolvimento da criatividade. É particularmente indicado para trabalho em instituições, com pacientes de evolução prolongada e com patologias severas, nomeadamente psicoses.
3. Arte-Psicoterapia Integrativa
Corresponde a uma abordagem não directiva, podendo ser integrados os diferentes mediadores: Pintura, Desenho, Modelagem, Escultura, Colagens, Drama e Jogos Dramáticos, Marionetas, Jogo de Areia, Expressão Corporal, Música, Canto, Poesia, Escrita Livre Criativa e Contos.
É aplicável a pacientes para os quais possa ser potencialmente limitante a restrição a mediadores específicos, ou aqueles com alexitimia, dificuldades no insight e com um self frágil.
É aplicável a pacientes para os quais possa ser potencialmente limitante a restrição a mediadores específicos, ou aqueles com alexitimia, dificuldades no insight e com um self frágil.
4. Arte-Psicoterapia Analítica-Expressiva
Neste modo de intervenção adopta-se uma perspectiva intersubjectiva. O processo decorre como em qualquer outro analítico, servindo o objecto de Arte como suporte para o aprofundar da compreensão interna e elaboração. Implica duas ou mais sessões semanais. Exige do psicoterapeuta uma postura analítica e um eficaz manejo das teorias psicanalíticas e/ou grupoanalíticas.
Designamos também este modo de Psicoterapia Analítica Mediada.
Designamos também este modo de Psicoterapia Analítica Mediada.
PROGRAMA CIENTÍFICO DA FORMAÇÃO DA SPAT
A Arte-Terapia é um modelo de psicoterapia que assenta numa base teórica fundamentada e testada na experiência clínica. Versa temas como:
– Psicologia e Filosofia das Artes.
– O Processo Psicoterapêutico e a Relação Psicoterapêutica.
– A Teoria da Técnica em Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias da Personalidade para a Arte-Terapia.
– Contributos da Psicologia do Self para a Arte-Terapia.
– Contributos da Teoria das Relações de Objecto para a Arte-Terapia.
– Contributos da Metapsicologia para a Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias da Comunicação e Teoria Sistémica para a Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias da Dinâmica de Grupos para a Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias Humanísticas da Psicologia para a Arte-Terapia:
– Gestalterapia;
– Fenomenologia e Análise Existencial;
– Análise Transaccional;
– Psicoterapias Centradas no Corpo
– Desenvolvimento Afectivo e Cognitivo do Psiquismo.
– Psicopatologia e Diagnóstico.
– Aplicações das técnicas de Arte-Terapia.
– Psicologia e Filosofia das Artes.
– O Processo Psicoterapêutico e a Relação Psicoterapêutica.
– A Teoria da Técnica em Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias da Personalidade para a Arte-Terapia.
– Contributos da Psicologia do Self para a Arte-Terapia.
– Contributos da Teoria das Relações de Objecto para a Arte-Terapia.
– Contributos da Metapsicologia para a Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias da Comunicação e Teoria Sistémica para a Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias da Dinâmica de Grupos para a Arte-Terapia.
– Contributos das Teorias Humanísticas da Psicologia para a Arte-Terapia:
– Gestalterapia;
– Fenomenologia e Análise Existencial;
– Análise Transaccional;
– Psicoterapias Centradas no Corpo
– Desenvolvimento Afectivo e Cognitivo do Psiquismo.
– Psicopatologia e Diagnóstico.
– Aplicações das técnicas de Arte-Terapia.
Objectivos da SPAT
Desenvolver acções em cinco vertentes:
1 – Clínica
2 – Formativa
3 – Investigação
4 – Divulgação
5 – Aplicação Pedagógica
1 – Clínica
2 – Formativa
3 – Investigação
4 – Divulgação
5 – Aplicação Pedagógica
1. Vertente Clínica
Será realizado trabalho psicoterapêutico tendo em conta as seguintes possibilidades da Arte-Terapia:
a) Arte-Psicoterapia Individual;
b) Arte-Psicoterapia de Grupo.
a) Arte-Psicoterapia Individual;
b) Arte-Psicoterapia de Grupo.
Consideram-se dois níveis de intervenção distintos:
a) Arte-Terapia
b) Arte-Psicoterapia
b) Arte-Psicoterapia
Apenas estarão habilitados a desenvolver estas acções os Membros da SPAT candidatos, com prática clínica autorizada pelo Concelho Científico e sob supervisão, ou os Membros Efectivos e Titulares. Os Membros Aderentes poderão realizar intervenções institucionais de Arte-Terapia, sob supervisão de Membros Titulares, Didactas da SPAT.
2. Vertente Formativa
A SPAT propôs-se organizar uma formação em Arte-Terapia e em Arte-Psicoterapia. Não só se pretenderá administrar conhecimentos científicos, mas também promover o desenvolvimento pessoal e do perfil do terapeuta/psicoterapeuta. Assim a formação será distribuída por quatro vertentes: Teórica, Experimental, Pessoal, Clínico-Prática.
3. Vertente de Investigação
A SPAT propõe-se promover a investigação em Arte-Terapia do ponto de vista clínico e teórico.
A – Do ponto de vista clínico
Este será inerente à prática psicoterapêutica, quer individual, quer grupal. Far-se-ão estudos controlados, estatísticos acerca da eficácia terapêutica da Arte-Terapia, como técnica psicoterapêutica e acerca do modo como opera o processo da cura. Além disso a Arte-Terapia é por si um método de investigação do aparelho psíquico humano.
B – Do ponto de vista teórico
Propõe-se a SPAT organizar um Grupo de Reflexão Epistemológica sobre o assunto. Tentar-se-à que integrem este grupo, para além dos membros da SPAT. outros técnicos diferenciados, como médicos, psicólogos, sociólogos, antropólogos, filósofos, pedagogos, terapeutas ocupacionais, outros terapeutas e artistas. A SPAT contempla a possibilidade da criação de comissões responsáveis pela investigação em áreas específicas como:
– Teoria Psicanalítica e Arte-Terapia;
– Teorias Humanísticas e Arte-Terapia;
– Psicologia da Arte;
– Filosofia da Arte;
– Perspectiva Transcultural da Arte;
– Sociologia da Arte;
– Aplicações terapêuticas específicas das diferentes vertentes da Arte;
– Educação pela Arte.
– Teorias Humanísticas e Arte-Terapia;
– Psicologia da Arte;
– Filosofia da Arte;
– Perspectiva Transcultural da Arte;
– Sociologia da Arte;
– Aplicações terapêuticas específicas das diferentes vertentes da Arte;
– Educação pela Arte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário