O que há de novo para dizer sobre Inhotim que ninguém tenha dito antes? Ainda estou para ler algum relato sóbrio -- que dirá decepcionado. A reação parece ser uma só: visitou, deslumbrou. Todo mundo vai com expectativas altíssimas criadas por visitantes anteriores, e ainda assim consegue sair maravilhado.
Talvez isso aconteça porque Inhotim não se entrega totalmente por imagens. Avisita a Inhotim é indescritível, na acepção mais literal da palavra. Você pode até achar que já viu isso antes -- um jardim de esculturas, um museu dentro de um parque -- mas a dimensão do lugar, e a relação das obras com o espaço, fazem da visita a Inhotim uma experiência singular.
E quem está falando (presente!) não é um rato de museu, não. Tenho pouca paciência com o gênero. 90 minutos, duas horas no máximo é o que agüento antes de virar abóbora. Até a cara de conteúdo eu costumo perder no meio do caminho. Em museus grandes e sobretudo em bienais acabo sofrendo uma overdose conceitual. Entro em coma artístico.
Mas não, isso não aconteceu comigo em Inhotim.
Eu não entendo xongas de arte, mas pelo jeito que fui tocado por tudo o que vi, me arrisco a palpitar que a curadoria busca obras que causem impacto também no público leigo. Nada passa batido. Pelo menos algum dos seus sentidos vai entender por que aquilo foi posto lá para você contemplar (às vezes, interagir).
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