Adriana Varejão (Rio de Janeiro RJ 1964). Pintora.
Freqüenta cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque
Lage - EAV/Parque Lage, no Rio de Janeiro, entre 1981 e 1985. Faz
sua primeira exposição individual em 1988, na Galeria Thomas Cohn, no Rio de
Janeiro. Em sua produção, evoca repertório de imagens associadas à história do período
colonial brasileiro, como azulejos e mapas.
Em obras que se situam entre a pintura e o relevo, emprega freqüentemente
cortes e suturas em telas e outros suportes que permitem entrever materiais
internos que imitam o aspecto de carne. A artista evoca também o barroco, associando
pintura, escultura e arquitetura em seus trabalhos.
No fim da
década de 1980, Adriana Varejão produz telas com espessas camadas de tinta,
tendo como parâmetro as igrejas barrocas brasileiras e sua azulejaria, como em Altar I, 1987. Posteriormente,
passa a apropriar-se de imagens da história do Brasil, retomando representações
etnográficas de indígenas e negros, como, por exemplo, as ilustrações do livro Viagem Pitoresca e
Histórica ao Brasil, de Debret (1768 - 1848), para
comentar o processo de miscigenação no país e a violência do processo de
colonização. A artista percorre, assim, o repertório de imagens relacionadas ao
Período Colonial brasileiro: os azulejos, os mapas e os
registros dos viajantes.
Em outras
obras, utiliza cacos de louça e pratos da Companhia das Índias, que são
moldados e pintados pela artista, como em Linha do Equinócio II, 1997.
Adriana Varejão faz também incisões e suturas em suas telas, como ocorre emFilho Bastardo II, 1997 ou
em Parede com Incisões a la Fontana, 2000, nas
quais, por meio dos cortes, deixa entrever uma matéria interna, que tem a
aparência de carne. Também reproduz em seus quadros fragmentos anatômicos,
fazendo referências a esquartejamentos e canibalismo, em obras de grande densidade
simbólica.

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