quarta-feira, 3 de agosto de 2016

ATUALIDADES - Seis meses após desastre, lama de Mariana ainda afeta animais marinhos pouco estudados pela ciência

O dia 5 de novembro de 2015 marcou o Brasil após o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, de propriedade das empresas Vale e da anglo-australiana BHP. O maior desastre ambiental com barragem dos últimos 100 anos liberou uma enxurrada de lama – estimada entre 50 e 60 milhões de metros cúbicos – e destruiu o distrito de Bento Rodrigues, na cidade de Mariana, região central de Minas Gerais.
Seis meses após o desastre, a lama tóxica ainda faz vítimas: pode ter afetado uma enorme variedade de animais marinhos ainda pouco ou nunca estudados que ocorriam em regiões atingidas pela onda de rejeitos de minério de ferro.
Um artigo publicado na revista científica BIOTA Neotropica relata que um desses seres que é a água-viva Kishinouyea corbini Larson. Além de extremamente rara, a espécie tem sua única população conhecida na Praia dos Padres, em Aracruz, no Espírito Santo - um dos pontos atingidos pela lama.
O estudo é assinado pelo professor do Instituto de Biociências (IB) e diretor do Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da Universidade de São Paulo (USP), Antonio Carlos Marques e pela pós-doutoranda no IB-USP, Lucília Souza Miranda. De acordo com Marques, o evento foi catastrófico para a fauna marinha brasileira.
— Essa espécie é emblemática da perda de informação sobre diversos animais da fauna marinha ainda pouco estudados, ou até mesmo totalmente desconhecidos, que um evento catastrófico como o desastre ambiental de Mariana pode ter causado.
As informações são da Agência de notícias da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), da qual a pós-doutoranda é bolsista. O artigo sobre os impactos escondidos da lama da Samarco, de Marques e Miranda, pode ser acessado aqui.

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